quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Encontro do Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita"

Dia 06 de setembro, às 10h.! Encontro do Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita". 
SUBSEDE Guarulhos, Arujá e Santa Isabel. 
RUA Leonardo Vallardi 203 - Guarulhos (Próximo ao Fórum Municipal)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

29 de agosto: Dia Nacional da Visibilidade Lésbica


LGBTfobia e Racismo nas escolas estaduais de São Paulo.

Opressão nas escolas

Pesquisa da Apeoesp, o sindicato dos professores do Estado de São Paulo, revela que mesmo com a ação de professores-mediadores, a discriminação está se disseminado nas escolas paulistas, mostrando a origem dos casos de bullying – a perseguição continuada.
O levantamento, feito em março de 2014 e disponibilizado ao Diário foi aplicado em todas as diretorias de ensino e mostra que as maiores vítimas são homossexuais e negros. Foram 2,1 mil entrevistados, entre eles 700 professores, 700 pais e 700 alunos.

No mesmo questionário, 36% dos professores disseram ter visto ou souberam de casos de preconceito contra homossexual, 29% contra negros e 18% contra nordestinos.

Em um caso recente, um aluno de 15 anos de Rio Preto chegou a levar uma faca de cozinha na escola para tentar se livrar dos abusos. O aluno do 1º ano do ensino médio da escola estadual Antônio de Barros Serra, no bairro Boa Vista, alegou que era chamado de homossexual, gordo e filho de lobisomen porque tem bastante pelo no braço. O adolescente foi ouvido e liberado e o caso encaminhado à Vara da Infância e Juventude.

A mesma pesquisa revela que os professores também são vítimas de discriminação dentro das escolas – 37% dos 700 ouvidos responderam ter sofrido discriminação.

Proposta do Estado

Para amenizar o problema, o Estado começou
oferecer curso de capacitação para professores mediadores. Foram capacitados 128 professores-mediadores especificamente para coibir comportamentos discriminatórios, como racistas, homofóbicos, entre outros. Uma ação importante, mas muito tímida haja vista o número de escolas em todo o Estado de São Paulo.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Minutas do PSDB para Educação Paulista são Machistas! Não aceitaremos mais esse ataque

Não é sem fundamento a afirmação de que combater o fim das opressões é fortalecer a luta da classe trabalhadora de conjunto. Com relação a categoria do magistério essa questão ganha ainda mais peso.
O MEC (Ministério da Educação) divulgou pesquisa na qual evidencia-se o fato de que as mulheres compõem 81,5% do total de professores da educação básica do país. Há 2 milhões de professores neste nível educacional, dos quais 1,6 milhão são do sexo feminino. Esses números refletem o quanto a opressão é utilizada pelo capitalismo para super explorar um setor da sociedade. 
O machismo é uma ideologia, ou seja, um conjunto de ideias falsas que cria uma falsa verdade e que é utilizada pelo sistema capitalista para manter a dominação e ampliar a exploração. A ideologia machista aponta como algo natural da mulher a atenção, a delicadeza e a meiguice, decorrentes do fato de serem mães. Sob este viés, cuidar de crianças, adolescentes e jovens seria uma extensão natural da maternidade. Desta forma, não há porque valorizar a atividade educacional, já que a mulher é "naturalmente" cuidadora, protetora, aquela que "naturalmente" foi criada para ensinar. Esta é uma questão importante, não a única, que explica a baixa remuneração da categoria. Não apenas isso, mas também a precariedade na contratação, nas jornadas de trabalho, na formação profissional entre outros fatores.
Há vinte anos o Estado de São Paulo é governado pelo PSDB. Ao longo desse período a Educação Pública tem passado por um amplo processo de sucateamento. Se hoje a situação não está pior é em decorrência da organização da categoria para defender a escola pública. 
A última tentativa de atacar ainda mais a categoria foi feita no final do mês de junho, quando o governo apresentou duas minutas, que são propostas de alteração no Estatuto do Magistério e no Plano de Carreira. Tratam-se, em síntese, de um conjunto de ataques que visam desmontar ainda mais a escola pública.
As minutas fortalecem a meritocracia, aprofundando a divisão da categoria, pois força a percepção equivocada de que a Educação é um ato individual e não social, coletivo; Prevêem a manutenção e aprofundamento das contratações precárias, com perdas de direitos trabalhistas imensas; Avaliação de direção com o evidente objetivo de aprofundar no interior da escola o assédio moral; O fim do período de recesso escolar para a categoria entre outros ataques.Destacamos aqui a alteração na jornada de trabalho:

Essa alteração, se aprovada, não atende a histórica reivindicação da categoria pela aplicação da jornada do piso, que prevê um terço da jornada pra atividades extra classe. A mudança apenas aumenta o tempo de permanência na escola, portanto, aprofunda ainda mais a exploração. Isso não é qualquer coisa em se tratando de uma categoria majoritariamente feminina. Infelizmente, as mulheres permanecem subjugadas a dupla ou tripla jornada, uma vez em decorrência do machismo, continuam escravas dos serviços domésticos e do cuidado dos filhos. O governo e o capitalismo sabem disso e não se intimidam em orquestrar ataques dessa natureza.
Não podemos aceitar!!!. É preciso denunciar, mas também nos organizar!!!. 
Provisoriamente, por conta da campanha eleitoral, o governo recurou, mas apenas momentaneamente. Já fez isso outras vezes e bem sabemos que esse governo não é digno de confiança. Não há outro caminho fora das lutas organizadas da categoria.
Temos muitos instrumentos de luta, dentre eles o sindicato e no sindicato o Coletivo Contra Opressões “Maria Bonita”.
Dia 25 de setembro, as 10h no Vão Liivre do MASP, acontecerá a Assembleia Estadual de Professores. Paralisar um dia nossas atividade e lutar em defesa de nossos direitos está na ordem do dia!!!
Procure o R.E (Representante de Escola) no seu local de trabalho, se não tiver um(a) eleja-se, organize sua escola para este dia e venha se somar a luta daquelas e daqueles que não aceitarão de braços cruzados os ataques do governo sobre nossa categoria. 
Mobilize-se!!! 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Painéis temáticos marcam o 28 de junho na Subsede da APEOESP-Guarulhos, Arujá e Santa Isabel

Dia 28 de junho é um dia histórico do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Em 2014 celebramos 45 anos da Rebelião de Stonewall.Ainda hoje lutamos contra a violência que diariamente atinge milhares de lgbt's em todo o mundo. No Brasil, 1 lgbt é assassinada(o) por dia, um dado alarmante no país que gastou BILHÕES para sediar a Copa e que não investe um centavo na proteção a LGBTs. É preciso lutar contra a lesbofobia,  a homofobia, a bifobia e a transfobia. É preciso lutar contra a invisibilidade lésbica e os estupros corretivos. Lutar pela despatologização das identidades trans*. Por mais políticas públicas para o combate às opressões. Chega de descaso e violência! IMEDIATA APROVAÇÃO DA PLC 122/06 E PL 5002 , Lei João Nery. 

Por conta desta data histórica, o Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita" organizou, na Subsede da Apeoesp-Guarulhos, Arujá e Santa Isabel, painéis que narram a história do movimento LGBT e o Levante de Stonewall com seus desdobramentos históricos. Vale a pena conferir. Faça uma visita a Subsede e se informe melhor sobre nossa organização. VENHA PARA O COLETIVO! ORGANIZE-SE! 








terça-feira, 3 de junho de 2014

Encontro do Coletivo Contra Opressões 'Maria Bonita"



Reunião ampliada do Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita". Estamos presenciando um aumento generalizado de casos de machismo, racismo e LGBTfobia. A cada 3 TRêS minutos uma mulher sofre algum tipo de violência; A cada 26h um(a) LGBT é brutalmente assassinada(o) no país que vai sediar a Copa; A juventude pobre e negra da periferia sofre cotidianamente com a brutalidade da PM, passando por um verdadeiro genocídio. Todas essas questões, INEVITAVELMENTE, atravessam os muros da escola, portanto, ignorá-las ou recusar-se a debatê-la é um contra senso pedagógico. Neste sentido, é preciso organizar os setores oprimidos a partir de um recorde classista e independente para que possamos, consequentemente, combater o Machismo, o Racismo e a LGBTfobia dentro e fora dos muros da escola. Essa tarefa não é apenas dos setores oprimidos, mas do conjunto da classe trabalhadora. PARTICIPE !!!!! Rua Leonardo Vallardi - APEOESP - Gauraulhos - Próximo ao Fórum Municipal - Contato 11-99650-7032

domingo, 18 de maio de 2014

Professoras e professores do Estado de São paulo aprovam calendário de mobilização e Estado de Greve

Diante da intransigência do governo Alckmin/Herman (PSDB) professoras e professores decidem em Assembleia Estadual entrar em "estado de greve". Significa dizer que estamos atentos as negociações entre o sindicato e o governo.

A Lei Complementar 1043/2011 escalonou reajuste salarial da categoria e a última parcela está prevista para julho deste ano. O reajuste previsto é de 7% o que não repõe as perdas salariais acumuladas além de estar muito abaixo dos índices de inflação que corroem nossos salários. 

O governo insiste em não aplicar a Lei Nacional do Piso que prevê 1/3 da jornada de trabalho para atividades extra classe, o que prejudica grandemente a qualidade da educação, pois esta não se dá apenas com professor dentro de sala de aula. A qualidade da educação está diretamente relacionada com a formação permanente de professores, elaboração de projetos coletivos, atividades diversificadas etc. Por isso a importância de se garantir minimamente 30% da jornada de trabalho para este tipo de atividade, inerente a profissão. 

Na contramão desta necessidade, o governo do PSDB impõe a Secretaria Digital, ou seja, o registro em plataforma digital de presença, conteúdos e conceitos escolares. Não se trata de ser contra a modernização do sistema, mas a questão é que o governo não oferece nenhum recurso para garantir a implementação desse projeto. As escolas não tem computadores disponíveis para esta tarefa, nem contam com rede "Wi-Fi". Como não se tem tempo de trabalho extra classe, a Secretaria Digital é, na verdade, sobre trabalho não remunerado.

Ano passado o governo autorizou concurso público para preenchimento de 50.000 cargos de professoras e professores. entendemos que é importante ter o concurso para garantir estabilidade para a categoria, no entanto, outras ações devem ser combinadas ao concurso público para que não haja demissões. 

No final da greve de 2013, o governo garantiu rever a forma de contratação de professores temporários, que se dá hoje de maneira vergonhosa. Professores contratados, chamados Categoria O. não tem direitos mínimos garantidos aos demais professores e professoras, como por exemplo, férias. Fora isso, são obrigados a permanecer 200 dias fora do serviço público a cada encerramento de contrato. 

O calendário de mobilização aprovado pela categoria na Assembleia do dia 16 de maio foi o seguinte:

  • De 19 a 22 de maio visita as escolas para convocação a participação na Assembleia e preparação da Greve;
  • Dia 23 de maio reunião extraordinária de Representantes de Escola;
  • 26 a 28 de maio visita as escolas para convocação a participação na Assembleia, conversa com alunos, comunidade escolar e preparação da Greve;
  • 29 de maio Assembleias Regionais;
  • 20 de maio Assembleia Estadual; 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

25 de abril será nosso verdadeiro "Dia D".

Dia 09 de abril aconteceu o chamado "Dia D" nas escolas púbicas do Estado de São Paulo. A proposta da Secretaria Estadual da Educação é que esta seja uma data na qual professoras(es), gestoras(es), alunas(os), funcionárias(os), pais e mães se reúnam a fim de realizaram autoavaliação apontando os pontos positivos de cada escola e traçar estratégias para áreas que precisem de maior atenção.  

Na escola onde trabalho participei do grupo de discussão com o tema "Fatores Externos que dificultam o trabalho do professor e a aprendizagem do aluno". O debate evidenciou algo que vimos observando e vivenciando há tempos. Existe um entendimento amplo de que a Educação Pública está no limiar da barbárie. Crianças e adolescentes estão nas escolas, "passam" por ela anos a fio, mas não aprendem. Avaliações diagnósticas, internas e externas, mostram que a a maioria das(os) estudantes não possuem proficiência leitora, escritora e matemática. Como se sabe, vários são os fatores que interferem no processo ensino aprendizagem e que servam de barreira para que este seja de qualidade. Por se tratar de um tema amplo e complexo, iremos nos ater ao tema proposto ao grupo de debates que participei, ou seja, apontar quais fatores externos inferferem de maneira negativa impedindo as aprendizagens ocorram satisfatoriamente. Evidentemente, mesmo se fazendo este recorte, continuaremos cercados de diversos fatores pertinentes, portanto, este texto não dará conta de abordar todos os aspectos, mas tão somente apontará algumas questões relevantes que apareceram durante a discussão.  

Impossível iniciar este debate por outra questão que não seja a da violência. As escolas encontram-se marcadas pela insegurança. Os índices de violência aumentam de maneira alarmante e paralelo a ela, as(os) trabalhadoras(es) em educação sentem-se de mãos e pés atados. Não sabemos, muitas vezes, o que fazer, nem temos, com quem contar. Portanto, é preciso urgentemente MUDAR, RENOVAR, TRANSFORMAR esta realidade que, infelizmente, não é um "mérito" da escola, mas da sociedade como um todo. O fato da comunidade escolar ter esta percepção, a da necessidade premente de mudança, é extremamente progressivo, no entanto, as sugestões apontadas para solucionar o problema são um tanto quanto equivocadas e cheias de contradições. Exigir, por exemplo, a presença da polícia na escola não me parece, nem de longe, uma solução, afinal, a PM, ou qualquer outra corporação do tipo, não é garantia de proteção. Não é segredo a ninguém que esta organização policial que aí está é a que mata, tortura, assassina e extermina a juventude negra e pobre das periferias. Casos emblemáticos como do pedreiro Amarildo que foi assassinado e teve seu corpo desaparecido pela ação da "policia pacificadora" do Rio de Janeiro; O jovem Douglas, estudante, negro, morador da periferia de São Paulo, brutalmente assassinado por esta mesma polícia que só lhe permitiu fazer uma única pergunta em seus últimos minutos de vida; "por que o senhor atirou em mim?" Cláudia, mulher, negra, trabalhadora doméstica foi arrastada como se fosse um pedaço de carne qualquer pela viatura da polícia; como dissemos anteriormente, esses são apenas alguns casos que se tornaram públicos. De acordo com a "Anistia Internacional", entre 2001 e 2005, as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo mataram 10 mil pessoas em situações descritas como "resistência à prisão seguida de morte". O "Observatório de violências policiais do Estado de São Paulo" compilou, entre 2006 e 2010, uma lista mensal de assassinatos por policiais que culminou na mais absurda cifra de 855 assassinatos cometidos pela política somente no ano de 2011. Há outras pesquisas que comprovam estes números, mas o que está em questão é saber se realmente queremos esta polícia dentro de nossas escolas. Estaríamos de fato mais seguras(os)?. Enquanto educadoras(es), tenho certeza que a preocupação de todas(os) é EDUCAR e não ELIMINAR, LIQUIDAR, CONDENAR OU EXTERMINAR quem já se encontra em situação de exclusão extrema. 

"Trazer os pais para dento da escola!" Sugestão recorrente não apenas do "Dia D", mas em reuniões pedagõgicas, porém temos de nos perguntar com franqueza: atrair os pais para dentro da escola a fim de que façam o que exatamente? Como se sabe, a organização escolar não está preparada para recebê-los, uma vez que sua estrutura é burocrática até o limite do provável. Via de regra, as direções até ouvem sugestões, no entanto, fazem apenas o que julgam ser necessário, desde que esteja perfeitamente de acordo com os mais rígidos e restritos limites de um Programa Educacional elaborado e gerido pelo governo burguês, que NÃO QUER UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA. "Gestão Democrática" é apenas um termo, pois na prática, equipes gestoras existem apenas para fazer cumprir as ordens e os programas do Estado, ou seja, não fazem nada além de cumprirem seu papel de "feitoria", chocote não lhes faltam, diga-se de passagem.

Outra questão recorrente em diversas intervenções demonstraram que, de modo quase consensual, compreendemos que a culpa de nossas mazelas sociais, todas elas e não apenas as questões educacionais, é do Estado. Todavia, há que se reconhecer que isso se dá não pelo fato de o Estado ser "paternalista", fala também recorrente, mas muito pelo contrário. Isso se dá porque o Estado NÃO NOS GARANTE ABSOLUTAMENTE NADA, especialmente para a juventude, pobre e negra da periferia e que está na escola pública. Para esta não chega cultura, esporte, lazer e segurança. A única coisa que nossa juventude tem acesso nas periferias são as drogas lícitas e ilícitas. Portanto, como dizer que o Estado é paternalista e que "dá tudo e não cobra nada"? Como assim? Dá tudo o que além de uma escola púbica sucateada, com salas super lotadas, sem espaços apropriados para estudo, esporte e pesquisa? O Estado "paternalista" precariza cada vez mais a categoria de professoras e professores, via de regra, esgotados pela dupla e tripla jornada, uma vez que é composta MAJORITARIAMENTE POR MULHERES. Podemos pensar ainda na questão dos materiais didáticos, oferecidos "gratuitamente", no entanto, mesmo estes não contemplam as reais necessidades de cada realidade. São materiais que atendem a um Currículo elaborado pelos "pensadores de gabinete" , verdadeiros "cães de guarda" do Estado Burguês. Pensadores que da escola pública da periferia quer mais é DISTÂNCIA. De mais a mais, garantir materiais didático/pedagógico é o mínimo que se pode esperar. O problema maior está em quem os elabora e a quais interesses respondem. 

Há que se pensar ainda em outras questões que não são alheias a Educação, mas que a influencia DIRETAMENTE. Estou falando, por exemplo, da Saúde Pública. Se este sistema de saúde é o que um "Estado paternalista" oferece, há que se reconhecer, com a mair absoluta franqueza, que  o "paternalismo" passa muito longe, na verdade léguas e léguas de distância. Há outras questões pertinentes como Saneamento Básico, Mobilidade Urbana e um longo etc, Todas estas necessidades básicas encontram-se no nível da mais extrema PRECARIEDADE. Neste sentido fico me perguntando, com a mais absoluta sinceridade: onde o Estado é paternalista? Os exemplos citados, e muitos outros que podemos levantar, comprovam o fato irrefutável de que o Estado não é paternalista, mas gerido pela classe dominante que só beneficia EFETIVAMENTE a ela mesma, pois o que chega para a juventude pobre, negra da periferia não atende nenhuma das necessidades mínimas previstas inclusive na Constituição que apresenta como direito de todo o cidadão e DEVER DO ESTADO "acesso à justiça, a alimentação adequada, a comunidade social, a habitação, a informação, ao cuidados do idoso, aos direitos sexuais e reprodutivos, a EDUCAÇÃO pautada no enfrentamento das várias formas de discriminação, a liberdade de expressão, a saúde, a previdência e assistência social, a segurança pública e ao sistema prisional". 

Neste sentido (repito) penso que as(os) camaradas estão certas(os) quando reconhecem que o Estado é o maior culpado de TODAS AS NOSSAS MAZELAS. Portanto, não será por meio deste Estado que virão as soluções que colocarão um ponto final em nosso sofrimento cotidiano, afinal, o Estado Burguês NÃO PODE, NEM QUER qualidade de vida para o conjunto da população explorada e oprimida. O que nos resta então, camaradas? A resposta já nos foi dada: Somente a destruição deste Estado e a construção de um Estado gerido pelos explorados e oprimidos contra a minoria exploradora e opressora nos garantirá vida digna, saudável e abundante. Não alimentemos nenhuma ilusão de que por meio de nosso voto conseguiremos mudar o caráter burguês do Estado. Exemplos de políticos honestos e bem intencionados que se perderam no lamaçal da corrupção, própria do Estado burguês, não nos faltam. Afirmar isso, contudo, não invalida a necessidade de elegermos tribunos da classe, sabendo que o parlamento deve ser utilizado como apoio as lutas concretas da classe trabalhadora, somente sob esta perspectiva a eleição de representantes de nossa classe ganha significado.

Sonho? Ilusão? Não camaradas! Sonho e ilusão é acreditar que por dentro desse estado burguês nós, trabalhadoras e trabalhadores conseguiremos algum dia resolver os problemas que afligem nossa classe. De mais a mais, a História já provou que as maiores conquistas da humanidade se deram nos Estados Operários. Penso que ao reconhecermos que do jeito que esta não pode ser é o primeiro e mais importante passo, mas é preciso avançar e para isso, precisamos retomar a confiança em nossas próprias forças. Somos a maioria e somos nós quem produzimos TODAS AS RIQUEZAS. Temos portanto, a tarefa premente de unir a juventude e o conjunto dos explorados e oprimidos para derrotar este Estado para que possamos de fato ter ACESSO ÀQUILO QUE PRODUZIMOS. Mas essa luta deve ser organizada por meio dos instrumentos de luta de nossa classe, isto a História também o demonstrou. Neste sentido, os sindicatos são parte dessas ferramentas, não a única nem a melhor, mas é uma importante ferramenta de luta. Derrotar as direções traidoras que se encontram nestes instrumentos ´de luta, também é tarefa colocada na atualidade. Portanto, camaradas, Dia 25 de abril será NOSSO DIA D - Assembleia Estadual no Vão Livre do MASP -SÓ A LUTA MUDA A VIDA!!!!! Grande abraço a todas(os) minhas (meus) companheiras(os) de trabalho!

domingo, 30 de março de 2014

1º Encontro Nacional de Negras e Negras da CSP-Conlutas é sucesso com a presença de 1.500 pessoas

Dia 23 de março de 2014 ficará marcado na história do Movimento Negro combativo/classista. Aconteceu o 1º Encontro Nacional de Negras e Negros da CSP-Conlutas, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo. As cerca de 1.500 pessoas que lotaram o plenário mostraram sua determinação e disposição e unidade para dizer “Chega racismo, exploração e dinheiro para a Copa”. 

O Quilombo Raça e Classe Guarulhos e o Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita" APEOESP Guarulhos, Arujá e Santa Isabel também estiveram presentes com uma delegação de 20 pessoas. 

Além das mesas e grupos de debates, foram aprovadas diversas resoluções para organizar a luta contra o Racismo e a Exploração. 

Também se fizeram presentes camaradas da África do Sul reforçando o caráter internacionalista desta luta. Os próximos passos serão dados no sentido de fortalecer o Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita" APEOESP Guarulhos, Arujá e Santa Isabel, bem como o Quilombo Raça e Classe Guarulhos. 

Não fique de fora, entre em contato e organize-se. Essa luta é nossa, pois se o Capitalismo se vale das opressões Racista, Machista e Homofóbica para dividir nossa classe, só teremos sucesso nesta batalha se a encararmos como uma luta do conjunto da classe trabalhadora. Cada vitória conquistada por negras e negros fortalece toda a classe trabalhadora, pois nos fortalece!


 


Origens do 08 de março - Dia Internacional de Luta da Mulher

08 DE MARÇO - ORIGENS (Ana Beatriz)

O Dia Internacional da Mulher é comemorado ao redor do mundo, em geral com campanhas das empresas e dos governos, agradecendo pelos "grandes serviços" prestados pelas mulheres, como cuidar dos filhos, cuidar da casa, e ainda dar conta de trabalhar fora e estar sempre bonita e de bom humor.
Nesta data em geral são comemorados os supostos avanços alcançados pela mulher na atualidade, como a integração ao mercado de trabalho, a participação na política, etc.
Mas o que em geral é pouco dito, é que a celebração do dia 8 de março tem uma origem bem diferente da conotação que ele ganhou nos últimos anos.
Como e por que o Dia Internacional da Mulher começou a ser organizado?Desde o final do século XIX o movimento socialista, tendo a revolucionária Clara Zetkin à frente, veio tentando envolver as mulheres trabalhadoras na política, espaço até então hegemonizado pelos homens. Daí surgiu a luta pela libertação da mulher.
Também ganhava força mundialmente a luta das mulheres pelo direito ao voto, principalmente nos EUA e na Europa. Esta luta foi então incorporada na pauta das mulheres socialistas, e em 28 de fevereiro de 1909 as americanas fizeram o primeiro dia da mulher, com grandes manifestações em várias cidades para reivindicar o voto feminino, organizado pelo partido socialista.
Em 1910, aconteceu na Dinamarca a II Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, organizada pela II Internacional, onde Clara Zetkin propôs que as trabalhadoras de todo o mundo seguissem o exemplo das americanas e comemorassem o dia da mulher unificado sob o slogan "O voto para as mulheres vai unificar nossas forças na luta pelo socialismo". 
Inicialmente, a proposta era que o dia da mulher fosse realizado no dia 19 de março, pela importância histórica da data para o proletariado alemão. Foi neste dia que, em 1848, o rei da Prússia cedeu diante do risco de um levante revolucionário, e entre as promessas que ele fez estava o voto feminino, que depois ele não manteve.
O primeiro dia internacional da mulher, em 19 de março de 1911, reuniu em toda a Europa cerca de 1 milhão de pessoas. A partir de 1913, a data foi transferida para o dia 8 de março. Seguiu sendo realizado em diferentes países, em diferentes datas. Nos EUA a tradição era de comemoração no último domingo de fevereiro.
Até que em 1917, no dia 23 de fevereiro na Rússia, 8 de março no resto do mundo, em meio à miséria provocada pela guerra, as mulheres de Petrogrado fizeram uma grande manifestação. Algumas eram trabalhadoras, outras mulheres de soldados, e as principais palavras de ordem eram "Pão para nossos filhos" e "Tragam nossos maridos de volta das trincheiras". Neste dia estourou a greve das costureiras e tecelãs de Petrogrado, mesmo sem o consentimento do comitê de tecelãos de Rayon.
E neste dia estourou a revolução, que depois ficou conhecida como Revolução de Fevereiro. Trotsky em A História da Revolução Russa disse que na véspera ninguém poderia imaginar que aquele dia da mulher inauguraria a revolução.
E por conta disso, em 1921, a Conferência das Mulheres Comunistas, da recém fundada 3ª internacional, realizada em Moscou, fixou como 8 de março o dia Internacional da Mulher.
As mulheres russas conquistaram mais direitos no início do século XX, do que as mulheres de muitos países capitalistas até a atualidade. Foi conquistado, entre outras coisas, o direito a votar e ser votada para os cargos públicos.
As primeiras medidas para as mulheres foram a abolição das leis que colocavam as mulheres em situação inferior aos homens, e a liberação das mulheres do trabalho doméstico, com criação de creches, lavanderias e restaurantes públicos. Assim elas puderam ter um amplo acesso à educação e ao trabalho.
A polêmica sobre a origem do 8 de marçoDepois dos anos 30, com a guerra e a burocratização dos estados operários no Leste Europeu, a tradição da comemoração do Dia Internacional da Mulher foi se perdendo. A partir do final dos anos 60 e início dos anos 70, o movimento feminista buscou retomar a comemoração deste dia.
Foram feitas algumas pesquisas que levaram a uma suposta greve em uma fábrica têxtil em 1857, em Nova Iorque, durante a qual os patrões teriam trancado as portas da fábrica e ateado fogo, com as operárias dentro. Inclusive, é dito que o tecido que estavam tingindo era lilás, e por isso esta seria a cor adotada pelo movimento de mulheres.
Há algumas autoras que apontam para a possibilidade de que este episódio não tenha acontecido, como os estudos da canadense Renée Côté, de Eva A. Blay, ou de Liliane Kandel.
Elas afirmam que provavelmente esta greve nunca tenha ocorrido, e esta versão da história tenha sido criada a partir de uma confusão com outras duas greves nos EUA, em 1910 e 1911, uma que durou muitos meses, e a outra em que ocorreu um incêndio acidental devido às péssimas condições de trabalho e 146 operárias morreram carbonizadas, pois as portas da fábrica ficavam fechadas para que elas não se dispersassem durante o horário de almoço. As que não morreram queimadas morreram na queda ao pularem do oitavo andar do prédio em chamas.
Esta confusão acabou se perpetuando no movimento e dura até os dias de hoje. Ficou ainda mais consolidada quando em 1975 a ONU declarou o dia 8 de março como o dia Internacional da Mulher, e em 1977 a Unesco declarou o dia 8 de março como homenagem às operárias mortas em 1857.
Dia Internacional da Mulher trabalhadoraÉ importante resgatar a história do dia internacional da mulher, que pouco tem a ver com a conotação que ele tomou hoje.
Ele surge como um dia unificado mundialmente de luta pela igualdade de direitos, pela emancipação da mulher e, nos últimos anos, tem servido mais para a burguesia reafirmar o papel inferior da mulher na sociedade, exaltando a dupla jornada e a ditadura da beleza.
O dia também perdeu o seu caráter classista, de luta contra o capitalismo, rumo ao socialismo. Atualmente, os principais movimentos são em colaboração de classes com a burguesia, e para enaltecer as políticas públicas insuficientes dos governos.Vamos resgatar o caráter de luta e socialista do dia 8 de março!