Não é sem fundamento a afirmação de que combater o fim das opressões é
fortalecer a luta da classe trabalhadora de conjunto. Com relação a categoria
do magistério essa questão ganha ainda mais peso.
O MEC (Ministério da Educação) divulgou pesquisa na qual evidencia-se o
fato de que as mulheres compõem 81,5% do total de professores da educação
básica do país. Há 2 milhões de professores neste nível educacional, dos quais
1,6 milhão são do sexo feminino. Esses números refletem o quanto a opressão é utilizada pelo capitalismo
para super explorar um setor da sociedade.
O machismo é uma ideologia, ou seja,
um conjunto de ideias falsas que cria uma falsa verdade e que é utilizada pelo
sistema capitalista para manter a dominação e ampliar a exploração. A ideologia
machista aponta como algo natural da mulher a atenção, a delicadeza e a
meiguice, decorrentes do fato de serem mães. Sob este viés, cuidar de crianças,
adolescentes e jovens seria uma extensão natural da maternidade. Desta forma,
não há porque valorizar a atividade educacional, já que a mulher é "naturalmente" cuidadora, protetora, aquela que "naturalmente" foi criada para ensinar. Esta é uma questão importante, não a única, que explica a baixa remuneração
da categoria. Não apenas isso, mas também a precariedade na contratação, nas
jornadas de trabalho, na formação profissional entre outros fatores.
Há vinte anos o Estado de São Paulo é governado pelo PSDB. Ao
longo desse período a Educação Pública tem passado por um amplo processo de
sucateamento. Se hoje a situação não está pior é em decorrência da organização
da categoria para defender a escola pública.
A última tentativa de atacar ainda mais a categoria foi feita no final
do mês de junho, quando o governo apresentou duas minutas, que são propostas de
alteração no Estatuto do Magistério e no Plano de Carreira. Tratam-se, em
síntese, de um conjunto de ataques que visam desmontar ainda mais a escola
pública.
As minutas fortalecem a meritocracia, aprofundando a divisão da
categoria, pois força a percepção equivocada de que a Educação é um ato
individual e não social, coletivo; Prevêem a manutenção e aprofundamento das
contratações precárias, com perdas de direitos trabalhistas imensas; Avaliação
de direção com o evidente objetivo de aprofundar no interior da escola o
assédio moral; O fim do período de recesso escolar para a categoria entre
outros ataques.Destacamos aqui a alteração na jornada de trabalho:
Essa alteração, se aprovada, não atende a histórica reivindicação da
categoria pela aplicação da jornada do piso, que prevê um terço da jornada pra
atividades extra classe. A mudança apenas aumenta o tempo de permanência na
escola, portanto, aprofunda ainda mais a exploração. Isso não é qualquer coisa em se tratando de uma categoria
majoritariamente feminina. Infelizmente, as mulheres permanecem subjugadas a dupla ou
tripla jornada, uma vez em decorrência do machismo, continuam
escravas dos serviços domésticos e do cuidado dos filhos. O governo e o capitalismo sabem disso e não se intimidam em orquestrar ataques dessa natureza.
Não podemos aceitar!!!. É preciso denunciar, mas também nos
organizar!!!.
Provisoriamente, por conta da campanha eleitoral, o governo recurou, mas apenas momentaneamente. Já fez isso outras vezes e bem sabemos que esse governo não é digno de confiança. Não há outro caminho fora das lutas organizadas da categoria.
Temos muitos instrumentos de luta, dentre eles o sindicato e no
sindicato o Coletivo Contra Opressões “Maria Bonita”.
Dia 25 de setembro, as 10h no Vão Liivre do MASP, acontecerá a Assembleia Estadual de Professores. Paralisar um dia nossas
atividade e lutar em defesa de nossos direitos está na ordem do dia!!!
Procure o
R.E (Representante de Escola) no seu local de trabalho, se não tiver um(a)
eleja-se, organize sua escola para este dia e venha se somar a luta daquelas e daqueles que não aceitarão de
braços cruzados os ataques do governo sobre nossa categoria.
Mobilize-se!!!