domingo, 13 de maio de 2012

Debate "A Mulher Negra - Da Colonização aos dias atuais" 12/05/2012


Debate com o tema "A Mulher Negra - Da Colonização aos dias atuais" (12 de Maio de 2012)


No dia 12 de maio de 2012 aconteceu na Subsede da APEOESP-Guarulhos, Arujá e Santa Isabel um debate com o tema "A Mulher Negra - Da Colonização aos dias atuais". 
A atividade contou com a participação de cerca de 30 pessoas entre professores, professoras, alunos e alunas de Guarulhos e Arujá. Também estiveram presentes dois trabalhadores da indústria farmacêutica o que reflete o caráter classista da atividade, bem como a necessidade de unir trabalhadores de diversas categorias em torno do tema relacionado ao combate a toda a forma de opressão. 
O Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita"  preparou o espaço onde se deram os debates ornamentando-o com três paineis de fotografias os quais tematizaram algumas faces da realidade de negras e negros. 
O primeiro painel buscou resgatar a imagem positiva de negros e negras por meio de sua beleza e diversidade cultural. Imagem esta muitas vezes deturpada ou até mesmo "escondida" historicamente pelos opressores.
O segundo painel tinha por tema "O trabalho" e buscou refletir as diversas atividades exercidas por negros e negras. Foram fotos tiradas pelos organizadores da atividade e que buscaram retratar as profissões mais comuns exercidas por negras e negros. Evidenciou-se que negras e negros exercem, em sua ampla maioria,  funções com menor prestígio social, bem como com menores remunerações. Tais dificuldades em exercer determinadas profissões são resultado do processo histórico que colocou negros e negras sempre em condições de difícil acesso à educação, portanto, as dificuldades em atuar em determinadas carreiras profissionais não é, de forma alguma, resultado de uma suposta incompetência, mas fruto de todo um processo deliberado de segregação e marginalização social. O terceiro painel retratou a juventude negra. 

A atividade contou com a participação de três debatedoras. 
  • Rosemar é professora, Conselheira Regional da APEOESP pela Oposição Alternativa e também militante do PSTU. Em sua argumentação fez um resgaste histórico acerca das condições sociais impostas às mulheres negras desde o período da Colonização aos dias atuais. Sua fala evidenciou que, infelizmente, a burguesia tenta, deliberadamente, apagar fatos históricos que mostram que no Brasil negras e negros sempre sofreram com a segregação e a marginalização, por conta disso, o país tem uma dívida histórica de reparação aos incontáveis danos causados a toda comunidade negra brasileira. 
  • Ângela é professora, Conselheira Regional da APEOESP pela TLS (Trabalhadores em Luta pelo Socialismo) e militante do PSOL. Ângela apresentou dados estatísticos que reafirmaram todos os apontamentos feitos pela debatedora que a antecedeu. Em sua fala evidenciou-se, por meio de dados oficiais, que a comunidade negra, de maneira geral, vive ainda hoje as piores condições sociais, sendo as mulheres as mais prejudicadas. Os dados demonstraram que o Brasil ainda é o pais da segregação racial. 
  • Fabiana é professora, Conselheira Estatual da APEOESP pela Oposição Alternativa. Em sua argumentação debateu a respeito da legislação brasileira voltada para negros e negras, como a Lei do Ventre Livre, Lei Áurea, Lei da Africanidades, Lei da Igualdade Racial.  Sua fala evidenciou que em nenhum momento da história do país essas leis favoreceram verdadeiramente as negras e negros. A lei que determina o ensino das africanidades nas escolas, por exemplo, nunca foi cumprida. A criminalização do racismo também é algo que existe apenas no papel. 
PARA TER ACESSO A MAIORES INFORMAÇÕES, BEM COMO FOTOS DO DEBATE ACESSE A PÁGINA "ATIVIDADES" DESTE BLOG. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Atividades do "Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra".


“Contra as cotas, só os racistas!!!”
Na semana do “13 de maio”, o Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra convida todos e todas para a jornada em defesa de reparações e direitos para o povo negro

Em 13 de maio, o Estado brasileiro celebra a “abolição da escravidão”. Contudo, para negros e negras, há muito pouco o que comemorar. Por isso mesmo, longe de ser um “dia de festa”, para nós, este é um dia de denúncia do racismo. E, infelizmente, passados 124 anos desde que o Brasil tornou-se o último país do mundo a libertar seus escravos, há muito o que denunciar.

Afinal, hoje, negros e negras ainda formam a maioria dos mais pobres, dos sem-teto e sem-terra e daqueles que não têm acesso à educação, à saúde, ao transporte, à moradia, à terra e ao trabalho dignos. E, ao mesmo tempo, lamentavelmente, também é negra a maioria dos jovens vitimados pela violência social e racial, inclusive (e especialmente) por parte dos agentes de repressão do próprio Estado.

Reparações já! Queremos direitos e justiça!
Diante desta situação, bem como da crescente onda de higienização étnico-social e criminalização da pobreza e dos movimentos sociais que temos presenciado país afora, o Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra (que congrega mais de 20 entidades dos movimentos negro e popular e, recentemente, esteve à frente da “ocupação” do shopping Higienópolis) organizou uma “jornada de lutas” na semana que antecede o “13 de maio” deste ano.

O tema central da jornada – “Contra as cotas, só os racistas!” – tem como objetivo a implementação imediata de políticas de ações afirmativas, particularmente nas universidades estaduais de S. Paulo (que se recusam a adotar medidas efetivas neste sentido).

Contudo, esta não é única reparação que necessitamos. Também sairemos às ruas em luta contra os ataques às terras remanescentes de Quilombos cuja existência vem sido ameaçada tanto por latifundiários quanto pelas “grandes obras” promovidas pelas três esferas de governo (municipais, estaduais e federal).

Mães pretas, mães de luto e de luta!
Neste “13 de maio”, quando também se celebra o “dia das mães”, o Comitê levará às ruas as histórias de sofrimento e, principalmente, de luta de todas as “mães pretas” que tiveram (e continuam tendo) suas vidas marcadas pelo sofrimento e pela luta.

Assim, estarão conosco a memória de Dandara (comandante do exército do Quilombo de Palmares) e Luiza Mahin (dirigente da Revolta dos Malês, em 1835, e mãe do militante abolicionista Luís Gama). Como também marcharemos ombro-a-ombro com as “Mães de Maio”, cujos filhos, companheiros, amigos e parentes foram assassinados há seis anos, quando agentes policiais e paramilitares ligados a grupos de extermínio mataram mais de 560 pessoas durante apenas 8 dias, numa suposta ação contra o PCC.

Além de exigir justiça para estas mulheres, a “jornada de lutas” do Comitê também irá levar para as ruas a luta contra as muitas formas de opressão e exploração que, combinando machismo e racismo, marcam profundamente a vida das mulheres negras: da imposição de padrões eurocêntricos de beleza à superexploração em postos de trabalho precarizados e terceirizados; da tentativa de transformá-las em objetos sexuais à violência doméstica; da falta de assistência médica à impossibilidade de acesso à educação e creches.

As atividades da Jornada
10 de maio: Aula Pública e Marcha pelo centro da capital
Horário e local de concentração: 16:30h, na Praça da Sé.
Mesa da “Aula Pública”:  Milton Barbosa (MNU - mediador do debate); Reginaldo Bispo (MNU – “A luta quilombola”); Danilo Cruz (Fórum de Esquerda / aluno de Direito/USP – “Em defesa das cotas) e representante do Movimento Mães de Maio (Contra a violência racista e policial).  
Saída da Marcha: 18:30h

11 de maio: Aniversário do Núcleo de Consciência Negra
Em comemoração aos 25 anos de existência e como ato de resistência à tentativa de “despejo”, que vem sofrendo por parte da reitoria da Universidade de S. Paulo, o NCN irá promover duas atividades, às 18 horas, o debate “Identidade Negra Brasileira”, com a participação de Allanda Rosa (Arte-educador, escritor e angoleiro); Jupiara Gonçalves de Castro (Fundadora do NCN e trabalhadora do FMUSP) e o Prof. Dr. Salomão Jovino (Aruanda Mundi).
21 horas: Festa

12 de maio: Contra o genocídio da juventude negra
14 horas: Ato político e apresentações culturais em memória dos jovens negros mortos nas periferias de S. Paulo.

13 de maio: uma homenagem às mães pretas
Manhã: panfletagem nas missas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (Largo do Paissandu).

14 de maio: Debate sobre cotas, acesso e permanência (a confirmar)
Local: Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC – SP)
Horário: 18:30h

Para maiores informações:
·         Beatriz (Uneafro): beatriz@cqs.adv.br
·         Vanessa (Sujeito Coletivo / NCN): nessalela@gmail.com
·         Júnior (Levante Popular da Juventude): afrorebelde@yahoo.com.br
·         Wilson (Quilombo Raça e Classe): wilsonhsilva@gmail.com



sábado, 5 de maio de 2012

Organize-se!! Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita" APEOESP-Guarulhos, Arujá e Santa Isabel.


O Machismo, o racismo e a homofobia são formas de opressão que se configuram como pilares de sustentação do Capitalismo. Isso porque servem exclusivamente para dividir a classe trabalhadora e a enfraquecer na luta contra a exploração. Portanto, combater as opressões é tarefa do conjunto da classe trabalhadora. 
Este coletivo tem como tarefa central debater o tema das opressões e combatê-las cotidianamente, seja no interior do sindicato ou fora dele. Para isso, mantemos um calendário de reuniões para fortalecer nossa atuação política, bem como organizar atividades como palestras, debates, encontros e cine-debates. 
Você é bem vindo, bem vinda a este coletivo. 
ORGANIZE-SE!!!!
Contatos: 
E-mail: coletivomariabonita@yahoo.com.br

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Plenária Nacional LGBT da CSP-Conlutas.



No período de 27 a 30 de maio aconteceu em Sumaré, SP, o I Congresso Nacional da CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular. Estiveram presentes delegados e delegadas de todos os estados brasileiros, além de delegações internacionais que representaram 22 países como Egito, França, Itália, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Senegal, Benin, África do Sul, EUA, Canadá, Costa Rica, Haiti, México, Argentina, Chile, Peru, Paraguai, Bolívia e Uruguai.
O Congresso foi precedido do I Encontro Nacional de Mulheres da CSP-Conlutas. As companheiras debateram um programa classista e independente, além de votar uma carta ao Congresso proposta pelo MML, Movimento Mulheres em Luta, uma organização de mulheres filiada a central.
Nos dias 28 e 29 aconteceram duas Plenárias LGBTs(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) que reuniu cerca de 60 delegados e delegadas que debateram um programa classista e independente para o movimento LGBT, além de  votar um calendário de ações para o próximo período. Este calendário e o resultado dos debates foram apresentados nos grupos de trabalho e votado na Plenária Geral do Congresso que aprovou as propostas por consenso. Pela primeira vez, estiveram presentes delegados e delegadas LGBTs oriundos de movimentos sociais, o que representa um grande avanço para a organização do setorial da Central. 
As propostas apresentadas e aprovadas pelo Congresso foram: 
  • Organização de uma cartilha LGBT voltada para o movimento sindical e popular;
  • Organização de um Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutas;
  • Ampla campanha pela criminalização da homofobia a partir da aprovação da PLC122 em seu texto original;
  • Campanha pelo casamento civil entre pessoas do mesmo sexo;
  • Campanha por um serviço de saúde pública voltado à mulheres lésbicas e pessoas transexualizadas;
  • Jornada de mobilização no movimento sindical para o combate a homofobia sofrida por LGBTs em seus locais de trabalho;
  • Campanha contra programas de televisão de conteúdo homofóbico;
  • Campanha pelo Estado Laico;
  • Participação na II Marcha Nacional contra Homofobia de Brasília que acontecerá no dia 16 de maio de 2012;
  • Intervenção nas Paradas do Orgulho LGBT;
O Coletivo Contra Opressões "Maria Bonita" teve representatividade em todos os momentos do Congresso inclusive no I Encontro de Mulheres da CSP-Conlutas, bem como nas Plenárias LGBT. Nestas atividades foi possível partilhar nossa experiência e contribuir para organização de movimentos combativos, classistas e independentes de governos e de patrões.

CSP-Conlutas promove Primeiro de Maio Classista, de Luta e internacionalista.



Atividade reúne mais de 2 mil pessoas na Paulista e conta com a participação de sindicalista egípcia, operários de Belo Monte (PA) e Comperj (RJ) em greve

Ato conta com trabalhadores da maioria dos estados brasileiros e representações de 20 países.

A CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular, junto com outras organizações de esquerda, reuniu mais de 2 mil pessoas em ato de 1° de Maio. A concentração foi no vão livre do Masp na Avenida Paulista, às 9h. Após realização de um ato político a manifestação desceu a rua da Consolação onde foi finalizada em frente à Igreja da Consolação com um novo ato político.

A manifestação teve a presença de trabalhadores da maioria dos estados brasileiros. Participaram uma delegação de trabalhadores da hidrelétrica de Belo Monte e uma de trabalhadores do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), ambos em greve. Além dessas, estavam metalúrgicos de São José do Campos, trabalhadores rurais de Brasiléia e Xapuri (AC), bancários do Rio Grande do Norte, professores de diversos estados, metroviários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, servidores públicos federais, estaduais e municipais, operários da construção pesada de Suape (PE), estudantes, rodoviários de Fortaleza (CE), representações quilombolas de diversos estados, movimentos populares de São Paulo e do Pinheirinho (SJC), além de outras categorias e organizações que atuam na luta contra as opressões (mulheres, negros e LGBT).

Presença de 20 países – Um dos pontos fortes da manifestação da CSP Conlutas foi a presença de uma delegação internacional, com representantes de organizações de trabalhadores de 22 países: Egito, França, Itália, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Senegal, Benin, África do Sul, EUA, Canadá, Costa Rica, Haiti, México, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai.

A atividade foi encerrada pela presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores de Giza, membro do comitê de direção da Federação dos sindicatos independentes do Egito, Fatma Ramadan que saudou os trabalhadores aqui do Brasil e ressaltou o perfil classista e internacionalista da Central.

Fatima contou aos trabalhadores presentes no ato os problemas enfrentados em seu país. ” Lá no Egito também sofremos com as demissões em massa e as terceirizações que retiram direitos. O capitalismo quer que paguemos a conta da crise. A revolução no Egito deve se espalhar pelo mundo para combater esses ataques”, salientou.

O 1º de Maio organizado pela CSP-Conlutas encerrou o 1° Congresso Nacional da Central, que ocorreu na cidade de Sumaré (SP), de 27 a 30 de abril.

Diferente do 1º de Maio de outras centrais sindicais, a manifestação não foi patrocinada por empresas ou governos.