Histórico - O “Dia Nacional da Visibilidade Lésbica” é celebrado em 29 de
agosto. A data surgiu em 1996 em decorrência do I SENALE (Seminário
Nacional de Lésbicas) que aconteceu no Rio de Janeiro.
Esta data é muito importante
para o calendário de luta contra as opressões, uma vez que não raras vezes a
questão lésbica acaba por ser invisibilisada pelos movimentos LGBT e Mulheres. É
preciso romper o silencia, pois muitas são as pautas relacionadas à questão.
Violência - O Brasil é um dos países com o maior índice de violência contra
a mulher. Atualmente são contabilizados 4,4 assassinatos a cada 100 mil
mulheres, número que coloca o Brasil no 7º lugar no ranking de países nesse
tipo de crime. Com relação à violência sexual, o Brasil também registra altos
índices. Só em 2011, foram notificados no SINAN (Sistema de Informação de
Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde 12.087 casos de estupro, o que
equivale a 23% do total registrado na política em 2012. Acredita-se que em
decorrência do medo e da vergonha, milhares de casos não são noticiados, o que
aumenta consideravelmente o número de violência sexual acontecidos no Brasil.
Dentre esses números, há centenas de casos do chamado “estupro corretivo”.
Trata-se de uma prática criminosa, segundo a qual um ou mais homens estupram
mulheres lésbicas ou que parecem ser, supostamente como forma de “curar” a
mulher de sua orientação sexual.
SAÚDE – Câncer de mama, obesidade, HPV e uso de drogas são problemas que
ameaçam a saúde feminina e, segundo pesquisas recentes, as lésbicas correm
ainda mais risco de cruzar o caminha com estas doenças, pois inexistem métodos
eficazes de prevenção de DSTs para relações sexuais entre mulheres. O descaso
dos governos é grande para com a questão. Não há investimento em pesquisas que
visem desenvolver métodos preventivos.
Racismo e Lesbofobia – Apesar de muitas, as mulheres negras lésbicas estão em menor
número nos movimentos organizados de combate a homofobia. As questões
específicas da mulher negra e lésbica são completamente invisibilizadas. Pouco
ou nada se discute sobre a perversa combinação entre machismo, racismo e homofobia
sofrida por essas mulheres. Esse debate também está na ordem do dia tanto para
o movimento LGBT quanto para o de mulheres.
Governos – Apesar de ser governado por uma mulher, o Governo Federal não
toma medidas consequentes para assegurar a vida, principalmente daquelas que
mais precisam, as mulheres trabalhadoras, negras e lésbicas. Alckmin (PSDB) em
São Paulo segue a mesma receita. Portanto, lutar contra as opressões
consequentemente é lutar contra os governos. Os movimentos precisam,
necessariamente, ser independentes.
EDUCAÇÃO – O espaço escolar segue sendo hostil a LGBTs. Milhares de
mulheres lésbicas abandonam a escola em decorrência do preconceito e da
discriminação. Em 2011 Dilma (PT) vetou o “Kit anti-homofobia”, material
importante para trabalhar a questão no espaço escolar e combater a
Homo-Transfobia. O PNE (Plano Nacional da Educação) aprovado em 2014 retirou a
questão de gênero e orientação sexual, deixando mais uma vez esse combate
invisibilizado. Alckmin (PSDB) em São Paulo, assim como o governo federal,
segue invisibilizando a questão. Professoras, funcionárias e alunas lésbicas
permanecem oprimidas, discriminadas e violentadas no espaço escolar.
Organização e Luta – Infelizmente, as paradas do orgulho LGBT deixaram de ser
momentos de organização e luta convertendo-se num dia de festa e nada mais.
Isso se deu porque a direção do movimento foi tomada pelos interesses puramente
comerciais. É preciso reorganizar o movimento e fortalecer os coletivos
independentes. O “Coletivo Contra Opressões Maria Bonita” tem esse caráter. Vem
se construindo como espaço importante de discussão no sindicato e no espaço
escolar!
VENHA CONSTRUIR O
COLETIVO CONTRA OPRESSÕES MARIA BONITA!
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